A freguesia dos Cedros
situa-se na ilha do Faial, entre a Praia do Norte e o Salão e fica a 19
quilómetros da Horta. O livro de 427 páginas integra 197 notícias mas nem em
todos os jornais existem colecções completas conforme assinala Carlos Lobão (n.
1959) que explica na página 13: «Adicionámos algumas notas de rodapé, alguns
itálicos, sobretudo no que diz respeito às festividades religiosas e alguns
quadros sobre o movimento da população e sobre diferentes recenseamentos.» O
livro parte de uma ideia («Ninguém tem dúvidas que desde sempre a maioria dos
homens vive no anonimato») que desde 1883 tende a ser contrariado pelos jornais
faialenses: O Açoriano (Notícias do Campo e Caixa do Correio), O Faialense
(Freguesias Rurais), O Atlântico (Correspondências e Freguesias Rurais, O
Jornal do Povo (Pelo Campo), O Telégrafo (Correspondência, O Correio da Horta
(O Correio nos Cedros) e O Eco Cedrense (Crónica Local). Afirma o autor: «a
análise destas correspondências permite verificar quão importante é o papel da
imprensa para o conhecimento da comunidade de Santa Bárbara dos Cedros, no
período compreendido entre 1883 e 1977.» Temos aqui o jornalista como
historiador do quotidiano. De um lado as instituições locais, a vida social,
cultural, económica e religiosa e do outro lado as pessoas – nascimento,
filiação, casamento, emigração, morte. Na página 103 lê-se: «Os senhores da
cidade têm o mercado, têm o passeio, têm a pesqueira e não sei que mais
comodidades sustentadas pela Câmara e nós, os campónios, contribuímos para isso
e não gozamos.» E conclui: «Têm excelentes escolas e nós desafiamos a quem quer
que seja para nos contradizer o que vamos asseverar e daremos um doce a quem
nos provar o contrário. Não há sequer uma abegoaria em que a água e o vento
entrem tanto à vontade como na escola do sexo masculino desta freguesia.»
(Edição: Junta de Freguesia
dos Cedros, Composição e paginação: Carlos Lobão e Gráfica O Telegrapho)
[Livros e Autores 09]