Li no Facebook que um livro te dá como
«fundador» do Teatro de Campolide omitindo a fundação do Teatro da Cornucópia,
entre outras coisas relevantes. É um nojo mas tenho para a troca. Outro dia
pediram-me uma crónica sobre o escritor Luiz Pacheco e eu aceitei porque fui
amigo dele e era o assinante nº 186 do seu ficheiro pessoal. Escrevi a crónica
e no momento de a enviar adicionei uma foto do escritor em Palmela. Pois no
jornal colocaram o rosto do Luiz Pacheco ao lado do meu nome. O paginador não
sabia quem sou eu e, mais grave, não sabia quem é o Luiz Pacheco, um escritor
já canónico da Literatura. Eu, obscuro e discreto PME (pequeno e médio
escritor) quando me querem apertar os calos mando-os logo consultar o
«Dicionário de Literatura Jacinto do Prado Coelho». Como diz o Povo: Toma lá
pelos queixos que é para aprenderes. O teu livro «Século Passado» tem uma
gralha no nome do Joel Serrão (aparece Ferrão) e o mesmo Joel Serrão no Jornal
de Letras de 29-4-2015 é omitido como organizador e editor das «Cartas de
Fernando Pessoa a Armando Cortes-Rodrigues»
tarefas que são atribuídas a António Rebordão Navarro. Também há gralhas
orais. A minha filha mais velha (Arquitecta) estudou numa Universidade onde
havia um senhor de fato-macaco sempre disponível para arranjar fechaduras
escangalhadas, vidros partidos ou outro qualquer problema. Um dia, na bicha
para o café, o senhor pediu em voz alta «duas italianas» para ele e para o
engenheiro de Manutenção; sem saber de nada duas italianas estudantes em carne
e osso ficaram todas abespinhadas com o homem do fato-macaco. A propósito de
italianas há uma escritora desse país que insiste em escrever angélica quando a
bebida dos Açores é angélica. Outra apresenta-se como estudiosa de Sebastião da
Gama mas escreve que ele morreu com 28 anos (foram 27) e falha no nome do
director da Gazeta do Sul – Chama Augusto Barbosa a Alves Gago, Fiquemos por
aqui.
(Vinte Linhas 1702 - fotografia de autor desconhecido)
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