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quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Hospital de Abrantes: Urgência de cinco estrelas


Num tempo de «bota abaixo» em que é fácil dizer mal de tudo e de todos, vou contra a corrente para dizer bem da Urgência do Hospital de Abrantes. Vitimado por uma síncope no dia 25-7-22 na Praia Fluvial do Penedo Furado, bati com a cabeça nas pedras da zona das merendas. Transportado pelos impecáveis Bombeiros de Vila de Rei, fui sujeito no Hospital de Abrantes a uma Tomografia que felizmente não acusou derrame interno. A maneira competente e simpática como fui tratado durante o «episódio» leva-me a recordar a frase ouvida no ano de 1962 em Vila Franca de Xira sobre um rancho de raparigas da região de Abrantes a caminho da Lezíria: «São sérias, asseadas e danadas para trabalhar!». 

                                                                                                                                                JCF


domingo, 12 de dezembro de 2021

Para acabar de vez com a violência doméstica

Neste trabalho de «Ler e depois» como lhe chamou o ensaísta Óscar Lopes, recebo livros desde Agosto de 1978 quando comecei no «Diário Popular». Estes anos passaram num instante Um dos mais recentes livros que me chegou às mãos foi «Poemas para acabar com a violência doméstica» de Anne Quetzal, edição da Rosmaninho-Editora de Arte de Santarém. O título precipita em mim uma dissertação que engloba a chamada violência contra idosos – a que eu conheço melhor. Um certo jornalismo de castanholas e pandeiretas usa e abusa na Imprensa, na Rádio e na TV da expressão «violência doméstica» aplicada apenas e só a um dos lados da questão como se só existisse agressão da parte do homem contra a mulher ou do jovem contra o mais velho. No caso da chamada violência contra o idoso quero lembrar dois factos do meu conhecimento. Uma senhora de Penedono desloca-se com frequência com a filha e o marido para tratar de análises no Centro de Saúde onde a filha vive. Faz força e finca-pé para levar com ela uma galinha dizendo que «Os ovos do supermercado não prestam e só como ovos da minha galinha!» Claro que os tapetes do automóvel são obrigatoriamente lavados pois o cheiro e a porcaria são insuportáveis. Outro caso é o de um idoso que durante quatro anos recebeu a visita de um dos três filhos todas as segundas feiras para almoçar com ele. A recepção era invariavelmente esta: «Nunca esperei ser tão desprezado!» Com algum esforço se chega à ideia de que ele referia os outros filhos que estavam a trabalhar em Lisboa e não podiam deslocar-se numa segunda-feira de manhã. Conclusão provisória: a violência existe mas tem um sentido muito diferente do que as pandeiretas e as castanholas teimam em afirmar.      

[Crónicas do Tejo 296]


quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Pedrógão Grande e Tancos - os plurais são sempre um abuso


É conhecida a história de três alfaiates ingleses que assinaram uma petição à sua rainha lá pelos idos de 1500. O texto começava com um abusivo «nós, o povo inglês» o mesmo é dizer «we, english people» mas o abuso está no plural. Tudo isto tem a ver com o fogo de Pedrógão Grande e as munições de Tancos. Não ´é preciso ter muitos contactos para receber mensagens SMS ou EMAIL utilizando um abusivo plural para dar conta da revolta individual e copiada perante os factos. Sintomático é que algumas das mais incendiárias notícias sobre o fogo de Pedrógão Grande foram assinadas por um pseudónimo de um jornalista espanhol. Quando procuraram saber quem era o «artista» a chefe de redacção referiu com todo o desplante que é normal em Espanha as notícias serem assinadas com pseudónimo. Enfim trata-se de uma pacalaia como se diz na minha terra. Quanto ao dito assalto às munições de Tancos foi por acaso num jornal espanhol que apareceu uma lista supostamente completa ou inventada do material bélico roubado. Claro que isto é um esquema tal como é esquema o artigo a comparar o fogo no Sul de Espanha com o fogo do Centro de Portugal. Os demagogos falam no plural e comparam o que não tem comparação. É como comparar os fogos daqui com os da Califórnia nos EUA. Este tratamento sobranceiro dos espanhóis e o sublinhar canino deste lado da fronteira faz-me lembrar a história da letra que todos os meses era enviada para cobrança num banco de Madrid. Essa letra era avalizada por um Banco, o mesmo é dizer dinheiro em caixa. Quando no BPA começámos a perceber que o crédito em conta só surgia no dia seguinte demos início a uma tentativa de sermos ressarcidos dos juros mas ao fim de muito tempo com cartas, telegramas e telexes veio uma resposta taxativa e plural: «Es una prática de nosostros».

(Vinte Linhas 1694)