É
conhecida a história de três alfaiates ingleses que assinaram uma petição à sua
rainha lá pelos idos de 1500. O texto começava com um abusivo «nós, o povo
inglês» o mesmo é dizer «we, english people» mas o abuso está no plural. Tudo
isto tem a ver com o fogo de Pedrógão Grande e as munições de Tancos. Não ´é
preciso ter muitos contactos para receber mensagens SMS ou EMAIL utilizando um
abusivo plural para dar conta da revolta individual e copiada perante os
factos. Sintomático é que algumas das mais incendiárias notícias sobre o fogo
de Pedrógão Grande foram assinadas por um pseudónimo de um jornalista espanhol.
Quando procuraram saber quem era o «artista» a chefe de redacção referiu com
todo o desplante que é normal em Espanha as notícias serem assinadas com
pseudónimo. Enfim trata-se de uma pacalaia como se diz na minha terra. Quanto
ao dito assalto às munições de Tancos foi por acaso num jornal espanhol que
apareceu uma lista supostamente completa ou inventada do material bélico roubado.
Claro que isto é um esquema tal como é esquema o artigo a comparar o fogo no
Sul de Espanha com o fogo do Centro de Portugal. Os demagogos falam no plural e
comparam o que não tem comparação. É como comparar os fogos daqui com os da
Califórnia nos EUA. Este tratamento sobranceiro dos espanhóis e o sublinhar
canino deste lado da fronteira faz-me lembrar a história da letra que todos os
meses era enviada para cobrança num banco de Madrid. Essa letra era avalizada
por um Banco, o mesmo é dizer dinheiro em caixa. Quando no BPA começámos a
perceber que o crédito em conta só surgia no dia seguinte demos início a uma
tentativa de sermos ressarcidos dos juros mas ao fim de muito tempo com cartas,
telegramas e telexes veio uma resposta taxativa e plural: «Es una prática de
nosostros».
(Vinte
Linhas 1694)
Sem comentários:
Enviar um comentário