António
Barreto escreve no «Diário de Notícias» de 10-9-2017 na sua página «Sem emenda»
esta frase miserável: «Os incêndios florestais de 2017 especialmente de
Pedrógão Grande, entraram para a história.» Considero a frase miserável porque
é demagógica, é parcial, é mentirosa, é omissa em relação às coordenadas e às
circunstâncias. Este mesmo António Barreto fica numa nota de rodapé da História
de Portugal porque ajudou a rebentar com a Reforma Agrária tal como Maldonado
Gonelha ajudou a «partir a espinha à Intersindical». Eles foram dois «peões de
brega» numa «tourada» em que o «inteligente» foi Mário Soares. Como inteligente,
foi dele que partiu a indicação de música para as «faenas»; não uma música
qualquer mas uma música muito triste como a dos «robertos» ou das «cégadas».
Em
2003 morreram 18 pessoas nos fogos do concelho de Vila de Rei, ardeu 90 por
cento da sua mancha florestal e a vaga de calor matou 1953 pessoas. Uma delas
foi a minha sogra. Em 1966 morreram 25 soldados do Regimento de Queluz na Serra
de Sintra. Sei disso porque comecei a trabalhar no dia 9-9-1966 deparando no
BPA da Rua do Ouro com muita gente de lágrimas nos olhos pois Algueirão e Mem
Martins são perto de Sintra e as más notícias correm depressa apesar da Censura
aos jornais, à Rádio e à TV. Pois o António Barreto nada disse de parecido sobre
os dois casos – que eu me lembra. Talvez porque o primeiro-ministro era Durão
Barroso em 2003 e o exílio na Suíça não lhe dava elementos para exercer a sua
demagogia em 1966. Falar em «número absurdo de mortos» só mesmo o absurdo
António Barreto. Deveria ter ficado lá pela Suíça onde estava muito bem. Por
aqui já ninguém meu conhecido quer enfiar esses e outros «barretes» do António
Barreto.
(Vinte
Linhas 1700 - Fotografia de Miguel Lopes)
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