Depois de «Este tempo de aqui» (2012),
«Agora o mar» (2013) e «Actuação prescrita» (2014) surge este novo original
«Dispatch Vox» (2017) de Jorge Fernandes (n.1980) com 91 páginas organizadas em
três sequências (Aforísticas, Vazadas e Dispatch Bodmer), livro que é dedicado
«aos que não adormeceram na esperança da ressurreição». Na página 31 da Revista
Olga (Madrid Dezembro 2017) o poema de Jorge Fernandes apela para uma
«homenagem à literatura» pois convoca poemas de Fernando Assis Pacheco e de Ruy
Belo. Trata-se de uma poesia culta e informada da autoria de um Poeta que em
termos simples já leu tudo o que havia para ler na Poesia Portuguesa.
Um dos poemas iniciais deste livro refere
«O medo muda o Mundo» quando se sabe que para Ruy Belo «O medo da morte é a
fonte da arte». Na segunda sequência a ironia atinge um universo que o poeta
bem conhece : «Só os advogados pouco ortodoxos descrêem da justissa?». É
possível que o erro de ortografia em Justiça surja para acentuar uma ideia
muito divulgada em quem frequenta Tribunais: «O Direito é o maior inimigo da
Justiça». Na terceira sequência citamos «Memória digenital» como exemplo de uma
escrita oscilando entre a ironia e o pleno usufruto do jogo das palavras: «Não
conseguia decidir entre Marylin, aliás Norma Jean, que deu forma á norma dos
jeans e Brigitte Bardot dita bêbê em bendita cara de bebé. Sem fio condutor, meteu-lhes
pén…drive.»
(Editora:
Quarto Crescente, Desenhos: Luís d´Orey, Capa: Fatehpur Sikri, Foto: Sara
Vieira, Composição: César Antunes)
[Um livro por semana 597]
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