segunda-feira, 4 de junho de 2018

Celtic 1967 – Os leões de Lisboa na Ribeira do Jamor


A Ribeira do Jamor é bonita mas não tem estatuto para ser «cantada» por quem, como eu, andou a estudar na Escola Primária entre 1958 e 1961. Os afluentes da margem direita do Rio Tejo são: Erges, Ponsul, Ocreza, Zêzere, Maior e Trancão. A pequena Ribeira do Jamor não tem dimensão para ser referida nos manuais de Geografia mas faz parte da minha memória do ano de 1967. Quando saí do eléctrico com bandeiras de «Estádio» atravessei uma pequena ponte sobre a Ribeira do Jamor. Era um jogo especial porque era a primeira final da Taça dos Campeões Europeus disputada em Portugal. Os vencedores ficaram conhecidos até hoje como os leões de Lisboa. O livro «The oficial little book of Celtic quotes and trivia» compilado por Douglas Russel em 2005 refere um facto quase lendário: os jogadores do Celtic, depois de olharem para os favoritos do Inter, terão recebido instrucções do treinador Jock  Stein para cantarem «The Celtic Song». Podem ter começado a ganhar o jogo nesses momentos. Depois de afastarem o Zurich, o Nantes e o Dukla de Praga, os leões de Lisboa venceram os italianos do Inter com golos de Tommy Gemmel e Steve Chalmers mas na minha memória ficam as jogadas endiabradas de Jimmy Johnstone a rebentar com a defesa italiana onde os jogadores eram todos famosos a começar pelo keeper Sarti e a acabar no lateral Corso que era um polivalente. A famosa empresa Fabergé celebrou a exibição soberba do Jimmy Johnstone com um ovo em sua honra, coisa que apenas tinha contemplado os Czares e as Czarinas do Império Russo no princípio do século XX. Já passaram 50 anos, quase 51, mas parece que nada mudou. Nem o eléctrico nem a Ribeira do Jamor nem o jogo entre o Celtic e o Inter, nem o Tejo ali tão perto, quase a desaguar no Oceano Atlântico.   

(Crónicas do Tejo 116)

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