segunda-feira, 3 de julho de 2017

«Há vozes no Charco» de Raul Malaquias Marques e Pierre Pratt


Paisagem e povoamento, já o lembrava Carlos de Oliveira. Tudo nesta história começa com a paisagem: «Não é grande este charco. Podia ser maior, é verdade. Mas, assim como está, está bem. Fosse ele maior, havia logo de vir alguém chamar-lhe lago…» Segue-se o povoamento: além dos simpáticos vizinhos da herdade, no charco existem rãs, um boi e um menino (o Quim) que guardou uma rã na taça de vidro onde a mãe costuma fazer a mousse de manga. Passada uma semana a rã acabou por regressar ao charco, levada pelo menino Quim.
O biólogo que estuda o charco e que conta esta história está preocupado porque se anuncia a construção de uma grande estrada que poderá vir a arrasar o charco: «Os senhores do projecto são categóricos. Dizem eles que nenhum desvio é possível. Não é possível porquê? Não o disseram.»
A história continua porque as vozes do charco são também as dos leitores que o autor convida a manifestarem-se não contra a estrada mas contra o facto de a estrada poder vir a arrasar o charco. Dai as palavras finais: «Vocês vêm comigo? Podemos marcar já o dia?»
Na última página se explica como este livro é «carbonfree» pois para o editar foi preciso cortar árvores e gastar energia para produzir o papel no qual o livro foi impresso. Para compensar as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera, a APCC em colaboração com a Ecoprogresso apoiaram um projecto de energia limpa através do calor gerado numa indústria, evitando a emissão de dióxido de carbono por combustíveis fósseis.
(Editora: APCC, Revisão: Clara Boléo, Design: Raquel Castelo)

(Um livro por semana 555)

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