Este livro de 550 páginas é o
resultado de um espantoso trabalho de recolha semanal («Porque hoje é Sábado»)
que durou quase cinco anos até chegar à fasquia dos 400 poemas e dos 400
poetas. Olegário Paz (n.1941) organizou o volume por Ilhas (nove ao todo) e uma
espécie de «décima Ilha» que é o conjunto de Poetas que mesmo não sendo das
Ilhas pelo seu nascimento estão, em termos sentimentais, ligados aos Açores.
Vem ao caso o Poeta Carlos
Faria (1929-2010) delegado de propaganda médica, agente cultural nas Artes e
nas Letras, natural da Golegã, autor (entre outros) do livro «São Jorge – Ciclo
da Esmeralda» (1992). Vejamos um excerto do poema «São Jorge-Pico»: «Diz o
Poeta Almeida Firmino que na Ilha do Pico/ não há grilos! Ele é que sabe desta
vida maravilhosa de cantores/ que se perderam no fundo dos vulcões/ e cantaram
tão alto que perderam /as asas canoras nos fundos poemas da terra…/ O João
sorri frontalmente e concorda/que os grilos não podem passar o canal de
barco/ou a nado…/Os grilos, às vezes, embarcam de asas coladas /nos sacos e
malas dos emigrantes/ e vão para a América: mas de lá/ não vêm notícias de tais
cantores /que se perdem nas ruas de Boston ou São Francisco, /atropelados pelos
automóveis!...»
Para cada conjunto de poemas
surge uma nota de apresentação assinada por dez autores: João Saramago, Nuno
Vieira, Maria Inês Vargas, Manuel G. Serpa, Frederico Maciel, Victor Rui Dores,
Álamo Oliveira, Maria João Ruivo, Manuel Chaves e Miguel Real.
(Editora: Letras Lavadas,
Prefácio: Onésimo Teotónio Almeida, Posfácio: Artur Teodoro de Matos, Nota de
contracapa: Dora Gago, Jardim Gonçalves, António Rego e Esaú Dinis)
[Livros e Autores 19]
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