Tendo-se estreado em 2016 com
«Nietzsche & Dostoiévki», Cláudia Souza é autora de quatro ensaios e seis
livros de ficção para além de co-autora de dezanove edições do espólio de
Fernando Pessoa, com trabalhos editados no Brasil, nos E.U.A. e em diversos
países da Europa. Este livro de 49 páginas debruça-se sobre o primeiro amor («O
primeiro amor é geralmente o mais violento de todos. O objecto amoroso é nada
mais nada menos do que uma abreviatura do Universo») para concluir: «Como se
aprende a amar? Como se aprende a conter a violência do amor? Da mesma maneira
que se aprende a viver, vivendo com todos os seus descompassos, falhas e
vazios. Mão se aprende, vamos vivendo… Não se aprende, vamos amando aos tropeços,
com erros e acertos, com tristeza e alegria.»
Quando «o amor erótico não
encontra eco em seu objecto amoroso», conclui a autora «Rios de tinta, de
criatividade, de labor artístico correram em todo o mundo ocidental por causa
deste tio de desencontro. As mais belas poesias, cartas de amor, peças de
teatro, filmes, pinturas, esculturas, foram realizadas graças ao imenso
sentimento de amor. E assim será possivelmente até ao fim dos tempos.»
No seu articulado o estudo de
Cláudia Souza revisita autores tão diversos como João Guimarães Rosa, Luís de
Camões, Bocage, Carlos Drummond de Andrade, Irene Lisboa, Manuel de Barros,
Chico Buarque, Paulo Leminski, Manuel Bandeira e David Mourão-Ferreira. Talvez
porque a Poesia é uma resposta à solidão e ao desespero. E os seus alicerces
são os mesmos do Amor. Cada leitor vai tirar a sua conclusão, provisória mas,
mesmo assim, conclusão.
(Editor: Subterrânea – Colectivo Literário)
[Um livro por semana 690]
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